Redescobrir o mundo rural

sexta-feira, novembro 17, 2006

DIA DO MAR

DIA DO MAR


João Pedro Barreiros contou e encantou…
com a sua sabedoria e deu colorido a este dia!!!



Hoje, dia 16 de Novembro, comemora-se o Dia do Mar. Na Escola Básica e Jardim de Infância do Raminho teve lugar uma comunicação proferida pelo Professor Doutor João Pedro Barreiros, intitulada "Biodiversidade Marinha dos Açores - recursos vivos a preservar".


Este evento integra-se nas acções do Ano Internacional dos Desertos e Desertificação, promovido pelo Campus de Angra do Heroísmo, da Universidade dos Açores, bem como do Projecto Disseminação do Centro de Estudos do Mar em implementação, no nosso Estabelecimento de Ensino, em parceria com a Gê-Questa.


A vastidão dos mares, que tanto alimentou a inspiração e curiosidade de povos, arrastou consigo a ilusão que existiam poucos ou nenhuns limites ao seu uso e abuso.O crescente conhecimento dos mares e o princípio de sustentabilidade surgem como uma resposta alternativa ou condição capaz de mudar a atitude, pelo entendimento de que, a breve trecho, teremos que ter um cuidadoso planeamento e gestão do ambiente e saber construir novos sentidos de civilização. Será importante que isso nos conduza a um maior reconhecimento, não só do potencial dos mares e oceanos para o progresso social e económico, como também, da sua vulnerabilidade.


Para quem vive nas ilhas, mas também, para quem ensina e aprende numa escola com uma vista magnífica sobre o mar, seria inevitável relacionar o mar com o Ambiente.



Os oceanos cobrem quase ¾ da superfície da Terra, contêm 97% da sua água superficial, são o maior habitat do Mundo e pululam de vida.



O Professor Doutor João Pedro Barreiros veio revelar-nos este mundo impressionante e deu-nos a conhecer algumas das espécies marinhas dos Açores. Desde as elegantes medusas, aos cavalos-marinhos que até se podem encontrar na marina da Praia da Vitória, ao inofensivo Tubarão Martelo que ali vai ter as suas crias, às tartarugas, aos golfinhos, ao atum, às baleias, todos tiveram um lugar de destaque e uma história para contar…



Combates ritualizados, posturas de dissuasão, desmistificação de medos, navios afundados, curiosidades, leis inadequadas, inteligência dos seres marinhos, cadeias tróficas, construíram um verdadeiro labirinto de conhecimentos que nos levaram, desde o Atlântico até à Antárctida e de volta à Macaronésia, e por fim, ao Raminho e ao pequeno mundo do nosso aquário onde, por enquanto, apenas vivem onze tainhas, que iremos cuidar com muito carinho.

















Fica aqui o agradecimento muito especial ao Professor e votos de uma boa viagem até Singapura!

segunda-feira, novembro 13, 2006

SÃO MARTINHO 2006


Pensámos em cruzar tempos e aproximar gerações num momento de convívio e troca de saberes. O passado e o futuro, os avós e os netos, no mesmo contexto, a Escola Básica e Jardim de Infância do Raminho.

Quisemos integrar o evento implementado no nosso estabelecimento de ensino no Projecto “FEIRA DE SÃO MARTINHO” e o mesmo realizou-se no dia 10 de Novembro.

Durante a semana, enquanto se ensaiavam ideias originais, alguns já diligenciavam os preparativos para a comemoração. Uma avó fazia o “crescente” para confeccionar as “escaldadas”. Iríamos todos aprender a fazer os pãezinhos que, antigamente, as avós coziam para oferecer às crianças, por esta época do Pão-por-Deus. O valor simbólico da partilha, também explícito no acto de generosidade do Santo que cortou a sua capa ao meio para dar ao mendigo.

Quinta-feira de manhã, estava tudo a “modos” de amassar: 3 kg de farinha de milho, 1 kg de açúcar, uma colher de sopa de sal, três litros de leite a ferver e escaldam-se os ingredientes. Depois de arrefecer, junta-se 4 kg de farinha de trigo, o fermento, duas dúzias de ovos, duas barras de manteiga, 250g de banha e mistura-se tudo com a farinha de milho. Amassa-se bem amassado e fica a levedar.

Mãozinhas de crianças ajudam a dar forma aos pãezinhos que são colocados sobre folhas de Jarroca, dispostas três a três, uma com a ponta para um lado e a outra no sentido contrário.

Entretanto, “socas” de milho estavam a ser debulhadas, para cozer os grãos em panelas de ferro sobre trempes, ao calor da lenha em achas, e ainda era preciso dar um golpe nas castanhas.

Todos combinavam esforços para tudo ficar arranjado para o dia seguinte.

O dia seguinte amanheceu cinzento, em contraste com a alegre excitação que reinava entre as crianças, mas tínhamos esperança que o Sol ainda pudesse brilhar como conta a lenda.

Subitamente, por entre os chuviscos apareceu um tímido raio de sol e resolvemos arriscar. Corremos rapidamente para o pátio e juntos começámos a dispor as diversas actividades da Feira de São Martinho:

Barraquinha dos Petizes
Venda de castanhas, pipocas, milho cozido, leite e chá. O preçário estava à vista e as crianças trabalhavam afincadamente.

Armar Cavaleiros
Na academia formavam-se os “Martinhos”, soldados do reino. Aqui aprendia-se a esgrima e a equitação.

Feira Popular
Era um espaço de exploração livre do Parque Infantil

Oficina Artistas de Outono
Foi inicialmente dinamizada pelos avós que ensinavam as crianças a fazer as vacas e bezerros com os “tocos” das socas de milho. Eram, em tempos, os brinquedos com que os meninos se entretinham. Uma avó, entusiasmada, elaborava uma boneca de folha de milho, perante o olhar admirado dos pequenos.
















Memórias

Os jogos tradicionais do pião, arcos de ferro e carrinhos de madeira e as canções populares, recriam o cenário de um tempo distante, mas continuam hoje a fazer as delícias dos mais traquinas.















Eira Popular

A estafeta consistia em varrer o milho que se encontrava dentro de um cesto de vindima para outro e transportar de volta, numa vassoura, as castanhas até ao cesto.


Cantinho das Experiências
Os alunos experimentavam três experiências: o pão saltitão, o repuxo e a lâmpada mágica.



Pirâmide dos Valores
Designação de uma estafeta que se realizava em skates, para prender os valores em cada uma das faces da pirâmide quadrangular.




Casino do Raminho
Entre os jogos do Casino, para conquistar pontos, constavam o lançamento à distância, acertar no alvo e o Sapo Glutão.

Banco
Instituição bancária local onde os alunos podiam levantar e trocar dinheiro (material destacável da área da Matemática).

A reflexão sobre a construção do mundo actual, e em particular do mundo rural, onde hoje convergem e se precipitam tempos históricos e se abrem as perspectivas de uma complexidade onde se amalgamam o natural, a tecnologia e o simbólico, onde se ressignificam tradições, valores, saberes, identidades, culturas, impulsionou, por parte de toda a comunidade educativa, este Projecto intitulado “FEIRA DE SÃO MARTINHO, num dia único de convívio entre gerações.

Viva o São Martinho,
na Escola do Raminho!

Hoje, dia 13 de Novembro, segunda-feira, com os alunos, docentes e auxiliares da EB1/JI dos Altares, aproveitámos para repetir o Projecto desenvolvendo as diferentes actividades e confraternizando.
Agradecemos a colaboração do Professor de Apoio à área de Educação Físico- Motora, Rui Martins, da Coordenadora do Grupo de Idosos, Dina Soares, da representante dos encarregados de educação, Isabel Coelho, à avó da Joana e à mãe da Beatriz.