Redescobrir o mundo rural

sexta-feira, outubro 13, 2006

Percurso de Interpretação Ambiental

No dia 6 de Outubro realizou-se um Intercâmbio entre a turma do 1º e 4º anos da EB1/JI do Raminho e a turma do 4º ano da EB1, 2 e 3 dos Biscoitos.
O Projecto integrou conteúdos e objectivos das disciplinas curriculares de Estudo do Meio, Educação Física e no âmbito da Educação Ambiental:

Aspectos físicos do meio local
(1) Observar e reconhecer rochas, solos e a necessidade da sua classificação; nascentes e cursos de água;

Aspectos naturais do meio local
(2) Observar e identificar algumas plantas do ambiente próximo (endémicas, introduzidas e invasoras);
(3) Realizar habilidades apropriadas num Percurso de Orientação na Natureza, de acordo com o terreno e com os sinais de orientação.
Estiveram responsáveis por este Projecto a professora Eva Vidal, os professores Rui Martins e Hugo Bernardo e o Bruno Barcelos, estudante do Mestrado em Engenharia do Ambiente da Universidade dos Açores e natural desta freguesia do Raminho.
O Parque das Merendas e a Ribeira do Borges (zona sudeste da freguesia) foram os locais escolhidos para aprender.
As actividades seleccionadas apelaram à observação directa do solo, da água, das árvores e da mata como espaço de vida. Preocupámo-nos em despertar a curiosidade dos alunos e, para isso, procurámos fazê-lo proporcionando-lhes vivências que, em simultâneo, motivavam o encanto, o conhecimento, o respeito pela natureza, incutindo valores para a conservação e o interesse pelo meio ambiente.
O trabalho desenvolvido fica aqui registado para quem se interessar ou quiser aceitar o desafio de realizar este roteiro connosco.
Temática: Percurso de Interpretação Ambiental - Pelas Brumas da Montanha...
1ª etapa: Recepção dos participantes na Eb1/JI do Raminho. Deslocação em viaturas até ao Parque das Merendas.
2ª etapa: Apresentação de um Powerpoint com os conceitos-chave, respectivas definições e imagens.
3ª etapa: Observação da Ribeira do Borges e interpretação do perfil da mesma.
4ª etapa: Observação da flora, identificação do nome comum e científico de algumas espécies locais; recolha de amostras.
5ª etapa: Visita à zona de extracção de inertes [formação peralcalina de Santa Bárbara: escoadas traquíticas e depósitos piroclásticos]; Observação e recolha de algumas amostras de rocha; Experiências no tanque.
6ª etapa: Percurso de Orientação na Natureza.
7ª etapa: Reflexão sobre o trabalho desenvolvido e avaliação do Projecto.
Avaliação do Intercâmbio
Opinião dos Grupos de Alunos:
Trevo, Natureza, Invencibles, Os Três Mosqueteiros, Estrela-do-Mar, Portugal, Tubarões e Leões
Quais as actividades que gostaram mais?
  • Fazer o percurso da água;
  • A actividade que mais gostámos foi da ribeira;
  • A actividade que mais gostámos foi ir procurar as pedras;
  • Gostámos do que o Bruno explicou sobre as pedras e das coisas que ele disse sobre as plantas;
  • A actividades que gostámos mais foi a de meter a pedra na água do tanque e ela não se afundar;
  • A actividade que mais gostámos foi a visita à ribeira.

Quais as actividades que gostaram menos?

  • Nenhumas, nós gostámos de todas;
  • Nós não gostámos de estar no tanque;
  • Nós não gostámos foi da chuva;
  • Nós gostámos de tudo;
  • Nós gostámos de tudo, mas não fizemos umas, o percurso de orientação teve de ser adiado devido às condições climáticas.

O que gostariam de fazer no próximo Intercâmbio?

  • Fazer um percurso até aos pinheiros;
  • Uma corrida de bicicleta na mata;
  • Aprender mais coisas sobre as plantas e sobre as rochas;
  • Gostaríamos de fazer mais actividades;
  • Gostaríamos de fazer outras coisas e conhecer melhor a natureza;
  • Gostaríamos de dar uma volta, de fazer mais jogos e mais coisas.

Sugestões dos professores para dar continuidade ao Projecto: construir um glossário com os conceitos-chave e respectivas definições; registo escrito da actividade com fotografias; identificar as amostras das rochas recolhidas; elaborar uma listagem com as plantas nativas, introduzidas e invasoras do meio local e construção de um herbário da turma.

Em tom de conclusão, direi que todos estes objectivos pensados para os alunos conhecerem o seu ambiente natural, despertar o convívio com a natureza ente alunos e professores, , ensinar conteúdos ambientais de uma forma vivenciada, desenvolver valores éticos em relação à natureza, serviram também para nos conquistarmos mutuamente e faz-me perceber que é bom acreditar que temos hoje, enquanto educadores, uma missão tanto mais complexa e difícil quanto fascinante e desafiante.

"A única meta da educação: o estilo.

O importante não é a bagagem ou a instrução,

mas as ferramentas que servem para captá-la"

Antoine de Saint-Exupéry

Agradeço e dedico este post ao Bruno, nosso companheiro e aliado desta aventura, que nos inspirou e mostrou novos caminhos entre as brumas do Raminho.

sexta-feira, outubro 06, 2006

Um Doce, Um Conto


Se um livro é uma viagem no tempo e no sonho... quisemos abrir uma nova página e viver esta história.
O novo ano lectivo começou e novas experiências se vislumbram para toda a comunidade educativa do Raminho.
Desta vez, fomos todos juntos à procura das cores, dos sabores, das sensações, da paisagem, do Outono...
Fomos colher amoras silvestres, entre caminhos pedestres e conseguimos juntar 4,5 Kg.
As silvas da amora silvestre crescem entre vegetação de Urze (Erica azorica) e Cedro-do- mato (Juniperus brevifolia).
O doce caseiro, confeccionado pela mamã Isabel, resulta do sabor genuíno da Natureza.
A Escola pretende adquirir uma colecção de histórias tradicionais da Literatura Infantil e, por isso, "Um Doce, Um Conto"... veio concretizar esse sonho!
Hoje depois do doce embalado foi tempo de decorar os frascos, escrever as quadras e comercializar.
As imagens documentam os momentos mais significativos.

Ai que doce docinho

Com amoras como gostas

Foi apanhado no Raminho

Nas suas belas encostas


Nós seguimos estrada fora

Seguimos por tanto caminho

Para ir apanhar amora

Para a escola do Raminho


No Raminho há muita amora

Para doce confeccionar

Para os meninos da escola

Poderem saborear


Quem de amoras não gostar

E vier ao nosso Raminho

Este doce tem de provar

Porque foi feito com carinho

As poesias foram escritas pela menina Margarida e pelo seu avô.